domingo, 27 de fevereiro de 2011

Emergentes e um novo efeito de transbordamento

A recente discussão acerca da legitimidade da constituição de Fundos Soberanos por países emergentes, onde a figura de um Estado que domina a produção e a posse de matérias primas fundamentais para a manutenção das atividades de uma economia global, levanta uma questão muito interessante. Será que este reposicionamento dos países emergentes nos mercados globais representam "spillovers" que apontam para uma ruptura fundamental no capitalismo pós-moderno e a criação de um novo modelo após o colapso de Breton Woods?

Como Referência e linha de fuga para a discussão segue o artigo de Mrtin Wolf, colunista do Financial Times, publicado no Valor de 18/10/2007, intitulado " O novo capitalismo de Estado", cujo fragmento recorto a seguir.

"Minha recomendação de modo geral, portanto, é considerar o aparecimento destes fundos como parte da integração de países que aceitam um papel maior do Estado nos mercados em relação ao praticado atualmente pelos países ocidentais. Que seja. É melhor que esses países prosperem dentro do sistema de mercado a encararem-no furiosamente do lado de fora. É absurdo aceitar as exportações de petróleo de um país e não permitir que ele compre ativos em troca."

Será que o novo posicionamento dos países emergentes no fluxo da economia mundial, outrora sempre avaliado sob a perspectiva da assimetria centro x periferia, hoje representa um elemento de alteridade ou efeito de transbordamento que compõe os elementos de transformação de um novo estágio de desenvolvimento econômico mundial, bem ao sabor Schumpeteriano?

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